
O jornalismo de, digamos assim, direita, predomina em boa parte da imprensa, e desenvolveu-se o hábito de acreditar em tudo que se lê. Já que o "respeitado Sr. Fulano de tal" escreveu no Correio do Povo ou no Globo, deve ser verdade. Ninguém pesquisa, porque se pesquisasse, descobriria que Mino Carta (post de 19/11) nunca escreveu uma linha sobre o filho de Mainardi, foi um leitor de seu blog que deixou um comentário falando isso. Não retiro a culpa de Mino, já que houve uma grande falha na moderação em deixar passar. Mas também não acho que Mainardi seja um coitadinho inocente, pelo contrário. Capitalizou o evento para descarregar mais chumbo em cima de Mino, por quem, por sinal, foi processado por danos morais, junto com a revista Veja, e perdeu, por não poder provar as acusações que fez a Mino envolvendo verbas de publicidade.
Diogo Mainardi representa um tipo de jornalismo extremamente perigoso por sua dissimulação: enquanto fica escrevendo sobre os descalabros do Governo Lula, boa parcela da população dita esclarecida acha maravilhoso como ele defende seus interesses. Ledo engano, esse tipo de imprensa defende interesses de outrem, aqueles que dilapidam esse País há 500 anos, hoje representados pela turma do PSDB e afins.
Muito procurei e não foi possível encontrar nenhum artigo de Mainardi malhando FHC quando a Vale do Rio Doce foi privatizada por R$ 3,3 bilhões. Dinheirão? Só o patrimônio valia R$ 92,64 bilhões. Onde estava o arauto da honestidade nessa hora? Provavelmente atacando Jorge Furtado, por ter recebido "escanladosos" R$ 700 mil para dirigir um comercial do Banco do Brasil (pesquisem, é bom, de vez em quando).
E o mais assustador de tudo é que, espelhando-se em Mainardi, muito blogueiro vive como no filme, querendo ser John Malkovich.
----------
Pé de Página: inscreva seu blog para a segunda edição do BBC.